Para isso, Cassavetes utiliza-se de uma técnica peculiar, ele é um vouyer que se aproveita das imprerfeições dos próprios atores para dar expressão as suas personagens. É dificil dizer o que em seu filme é do próprio ator e o que é da personagem. Toda personagem usa-se do ator para existir, entretanto os niveis dessa "usurpação" variam muito e o que se vê normalmente é a tentativa do diretor de levar isso a niveis mínimos, para que a personagem consiga parecer o máximo com o que foi idealizada.
"Faces" mostra que o contrário também é valido, a expressão do ator não só pode preencher a personagem como a potencializa e a torna mais realista. Isso assemelha muito o filme, guardada as devidas proporções, aos reallity shows modernos onde pessoas são personagens que possuem objetivos e papéis a desempenhar, mas que atuam livremente. Essa formula tem demonstrado grande sucesso em atrair olhares dos espectadores, uma vez que o todo dessa trama se torna muito mais complexo do que um roteiro totalmente bolado pela mente de um roteirista.
Outra fato que merece atenção em Faces é a opção do diretor de abrir o filme com uma quebra, o filme que assistimos é o próprio filme que a personagem principal assiste, e do qual é protagonista, essa quebra revela ao espectador não somente que o que ele esta assistindo é um filme, mas também deixa a dúvida de um paradoxo, o quanto um filme é real e o quanto não é.
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