Marat-Sade é uma peça escrita pelo alemão Peter Weiss, baseada nas peças encenadas pelo Marques de Sade em sua estadia no manicomio de Charenton. Ou seja, a montagem de Brooks, é uma peça de teatro, que fala sobre uma outra peça de teatro, dentro de um filme, é portanto uma releitura que sobrepoe em camadas diferentes literaturas.
Provavelmente por consequência da sua forte ligação com o teatro, Brooks acaba trazendo o que o teatro tem de mais relevante, o que sustenta a cena, a interpretacao dos atores. Cada ator se engaja em ser o mais convincente possível, teatralmente falando, ele acredita que a atuação forte agrega valor ao filme. A aparente falta de interesse em aprofundar-se na linguagem cinematografica, na verdade trás para o cinema uma dimensão maior do que pode ser cinema, dimensão que acaba faltando na maioria das produções convencionais. A grande difereça é a liberdade criativa.
É um fato que o teatro assim como a literatura ifuenciaram o cinema, assim como todas as artes fazem mutuamente, dessa maneira, porque essas qualidades precisariam ficar apagadas dentro de um filme? Talvez o espectador menos acostumado a assistir filmes de forma analítica, sinta dificuldade em entreter-se com o filme. Mas a dificuldade está em falta de familiaridade com a linguagem, e da espectativa viciada criada pelos Block Busters. Para quem já assiste filmes com mais atenção, conseguirá ver em Brooks uma interessante quebra de padrão.
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